Inadimplentes: Quais são os Países com Maior Número de Endividados?
Todos os países foram afetados pela crise do coronavírus, mas alguns estão com um número maior de famílias endividadas. Essa situação também pode ser percebida pela dívida pública. Isso porque ela interfere em vários aspectos da economia real, que afeta o bolso das famílias. Entenda o cenário em diferentes nações.
O Brasil terminou o ano de 2021 com um recorde de endividados. Do total de brasileiros, uma média de 70,9% tinha um ou mais débitos em aberto. Os dados de dezembro foram ainda piores, o índice de pessoas nessa situação atingiu 76,3%.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Eles alertam sobre uma situação econômica cheia de incertezas, muito derivada da pandemia do coronavírus.
A crise sanitária impactou a produção e a comercialização de bens, além da prestação de serviços. Sem contar que elevou o desemprego, gerando impactos significativos na renda das famílias.
Com todos esses dados, é importante saber diferenciar endividamento de inadimplência. O primeiro termo se refere ao ato de ter contas a pagar, como parcelamentos no cartão de crédito, financiamentos imobiliários e de automóveis e prestações de empréstimos.
Por sua vez, a inadimplência surge quando uma ou mais dessas contas deixam de ser pagas. Ou seja, o consumidor não consegue honrar o compromisso assumido até a data de vencimento. Nesse caso, ele está sujeito a ter seu CPF incluído na lista dos órgãos de proteção ao crédito. Portanto, fica com o nome sujo.
Essa situação não é uma realidade apenas no Brasil, existem outros países com grande número de famílias com as contas atrasadas. Tanto é que a dívida global chegou ao recorde de 226 trilhões de dólares em 2020. Esse foi o maior aumento anual desde a 2ª Guerra Mundial. Esse débito dos países alcançou 256% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Esse indicador é a soma de todas as riquezas produzidas pelas nações. Quando comprometido, significa que há uma chance maior de calote dos valores em aberto.
Por isso, vale a pena conhecer a lista das nações com maior número de endividados, que a Master Dicas separou para você. Veja quais são eles.
1. Endividados no Brasil
A Peic mostrou que as famílias brasileiras recorreram mais ao crédito a fim de sustentarem o seu consumo próprio. Ainda assim, o endividamento atingiu 7 em cada 10 lares do país.
Na avaliação por faixa de renda, quem tem mais débitos em aberto são as famílias com remuneração de até 10 salários mínimos. Nesse segmento, o índice atingiu 72,1% do total.
Para quem ganha acima disso, o indicador ficou em 66%. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o motivo para esse resultado nessas famílias de renda mais alta é a demanda represada pelo consumo de serviços, especialmente.
Quando se avalia as regiões brasileiras, o Centro-Oeste foi a única que registrou uma queda de 0,3 ponto percentual (p.p.). Por sua vez, o Norte ficou em estabilidade. Os outros resultados foram de alta. Veja:
- Sudeste: 5,9 percentual (p.p.);
- Sul: 5,5 percentual (p.p.);
- Nordeste: 4,5percentual (p.p.).
Do total de endividados, o maior número ficou com o Sul, que atingiu 82% das famílias. No que se refere à inadimplência, os dados foram mais positivos. O percentual médio foi de 25,2%. Ou seja, 4 a cada 10.
Além disso, 10,5% dos lares brasileiros declararam não ter condições de quitar as dívidas em aberto. Entre os fatores que levam a esse cenário estão:
- Inflação;
- Juros elevados;
- Mercado de trabalho formal ainda fragilizado.
Esses aspectos ainda geram outras dificuldades. Uma pesquisa do órgão de proteção ao crédito Boa Vista demonstrou que 64,3% dos inadimplentes que renegociaram dívidas em 2020 deixaram de quitar as contas em dia uma vez ou mais. Por isso, voltaram para a lista de devedores.
Essa situação é chamada de reinadimplência e é causada pelo atraso no pagamento de qualquer conta. Por exemplo, luz, água, condomínio, mensalidade escolar, fatura do cartão de crédito etc.
O cenário preocupante também é apontado pelo Mapa da Inadimplência, da Serasa Experian. Segundo o levantamento, há 63,97 milhões de inadimplentes no Brasil. No total, eles têm 213,59 milhões de dívidas, que somam R$ 252 bilhões.
O valor médio por pessoa é de R$ 3.938,51. Por sua vez, o valor médio por dívida é de R$ 1.179,61. Portanto, a média é de mais um débito em aberto por consumidor.
As principais dívidas por segmento são relativas a:
- Banco/cartão: 27,7%;
- Contas básicas, como água, luz e gás: 23,9%;
- Varejo: 12,6%.
A maioria dos inadimplentes é do sexo feminino (50,1%). A faixa etária com maior representatividade é de 26 a 40 anos, com índice de 35,6%. Em seguida, vem o intervalo de 41 a 60 anos, com 34,5%; mais de 60 anos, com 17,4%; e até 25 anos, com 12,5%.
Com todos esses dados, fica claro que a situação brasileira é ruim. Em 2019, o país teve o segundo maior endividamento público entre os países emergentes. O indicador chegou a 88%.
Em 2021, a dívida bruta brasileira fechou em 82% em relação ao PIB. Novamente, uma das maiores entre os países emergentes. Portanto, a expectativa é de permanência desse cenário em 2022.
2. Endividados na China
Em junho de 2021, o Banco Popular da China divulgou que os empréstimos às famílias em moeda nacional e estrangeira ficaram em 67,8 trilhões de yuans. Isso representa 10,6 trilhões de dólares.
Apesar disso, no final de 2021, a instituição financeira cortou a principal taxa de juros para facilitar a contratação de empréstimos por famílias e empresas. Além do mais, a redução do coeficiente de exigência de reserva deve liberar 1,2 trilhão de yuans, ou aproximadamente 1,080 trilhão de dólares.
3. Endividados na China
No país norte-americano, as famílias assumiram 1 trilhão de dólares em dívidas em 2021. Esse foi o valor mais alto nos últimos 14 anos, segundo o Federal Reserve (FED), o banco central do país.
A dívida total dos consumidores americanos fechou em 15,6 trilhões de dólares. Apesar disso, o FED de Nova York informou que isso não é motivo de preocupação, porque houve crescimento na riqueza das famílias. Com isso, os níveis de inadimplência nos empréstimos estão em mínimos históricos.
4. Japão
O Japão também é um dos países com maior número de endividados. Em 2020, estava com o maior percentual na relação entre dívida bruta e PIB. O índice chegava a 263,97%. Por isso, o país forneceu um auxílio às famílias, que pagaram suas dívidas.
Ainda que pareça positivo, essa situação causa um problema por não estimular a economia. O restante do dinheiro foi para a poupança e investimentos. Tanto é que foram acumulados 17 trilhões de dólares em ativos ao longo dos anos.
4. Reino Unido
No Reino Unido, a dívida pública chegou a 16,8 bilhões de libras somente em dezembro de 2021. Até esse mês, a soma do endividamento líquido chegou a 146,8 bilhões de libras. Com isso, o nível do indicador em relação ao PIB chegou a 96%.
Devido a esse cenário, o governo local criou várias medidas para impulsionar a economia do país. Para 2022, a expectativa é de queda da inflação.
Como você pôde perceber, todos os países foram afetados pela crise do coronavírus. Alguns estão em ritmo de recuperação mais rápido. De toda forma, a maioria criou medidas de incentivo ao consumo.
Com isso, o movimento pela busca de crédito se tornou crescente. Nesse cenário, é preciso buscar alternativas que contribuam com o planejamento financeiro. Taxas de juros mais baixas e condições que se ajustam ao orçamento são essenciais. Esse é o caso do crédito com garantia de imóvel, por exemplo.
Além disso, é necessário contar com uma instituição financeira confiável. Dessa forma, é possível equilibrar o orçamento e deixar de cair no endividamento novamente.